
A obesidade é uma doença que causa um desequilíbrio crônico entre a energia consumida e energia gasta. E como mostra IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), quase 50% das pessoas com mais de 20 anos está com sobrepeso. A obesidade já ultrapassou o tabagismo, sendo a principal causa de morte por muitas doenças.
Esse fato se dá devido ao número de fumantes que vem caindo. Em contrapartida, o número de pessoas com sobrepeso não para de subir. O cigarro causa muitas doenças, mas as causadas pelas obesidade são muito maiores.
Como ocorre?
Obesidade é caracterizada pelo excesso de tecido adiposo (gordura) que ocasiona inflamação ao organismo. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), Doença é tudo que gera uma alteração funcional, estrutural ou comportamental ao organismo.
A obesidade possui várias causas, como fatores genéticos, hormonais, metabólicos e psicológicos. O paciente pode apresentar uma ou mais dessas causas que podem interferir na taxa metabólica basal (metabolismo é a relação entre o que a pessoa consome e quanto seu organismo gasta durante o dia).
Se o saldo energético for positivo, gastamos mais que consumimos, gerando estoque de energia no tecido adiposo. Com o tempo a situação vai se agravando, o que resulta em sobrepeso e obesidade.
Etiologia
Endógena: quando a causa ocorre por situações hormonais, genéticas.
Exógena: quando é causada pelo estilo de vida inadequado, como sedentarismo e má alimentação ou por fatores emocionais.
Gravidade
Segundo o IMC (Índice de Massa Corporal), a obesidade pode ser classifica como leve, moderada ou grave. Porém, esse método não leva em consideração o índice de massa magra. Uma pessoa com maior composição muscular não terá um resultado correto.
O IMC leva em consideração apenas seu peso e altura. Com a tabela abaixo você poderá ver melhor.
O cálculo é feito da seguinte forma: IMC= peso/altura² – ex: 62/1,64²= 23,05kg/m² – peso normal.

Excesso de gordura corporal mata!
Muito tem se falado sobre aceitação do próprio corpo mas quando o assunto é sobrepeso e obesidade, devemos levar a sério pois é uma doença, de modo que, o excesso de gordura corporal causa inflamação crônica no organismo e consequentemente outras doenças e até levar à morte.
O excesso de gordura corporal pode invadir outros órgãos e comprometer suas funções, pois limita o funcionamento de células e órgãos para exercer sua função de transporte de nutrientes e oxigênio.
95% dos obesos possuem alterações no organismo que aumentam o perigo de morte
Faculdade de Saúde da Universidade de York (EUA)

Doenças ocasionadas pelas Obesidade
1- Síndrome metabólica (SM)
É um conjunto de alterações metabólicas como colesterol, triglicerídeos, glicemia (açúcar no sangue), pressão arterial elevados. A SM aumenta o risco de AVC e Diabetes, principais causas de morte no Brasil.
2- Diabetes
Diabetes do tipo do 2 ocorre devido à alimentação e acumulo de gordura corporal. Um organismo com obesidade fica mais suscetível em adquirir Diabetes pois o organismo fica com inflamação crônica, muitas vezes com alteração nas funções metabólicas.
3- Esteatose hepática não alcoolica (gordura no fígado)
Condição muito comum quando há acúmulo de gordura nesse órgão. Principais consequências: cirrose e câncer no fígado. Normalmente o indivíduo apresenta resistência a insulina, excesso de peso, sedentarismo e alimentação inadequada.
4- Colesterol alto
Normalmente está relacionado a dieta rica em gordura e carboidratos refinados (industrializados), mas também por causas genéticas ou por uso de medicamentos. Relação direta o aparecimento de doenças cardiovasculares.
5- Doenças do coração
Um indivíduo com obesidade precisa recrutar muito mais seus órgãos para trabalhar. O coração fica hiperplásico, ou seja, aumenta de tamanho para dar conta do “recado”. Além do mais, o excesso de peso aumenta os ricos de entupimento de artérias e infarto.
No caso da glicemia alterada e síndroma metabólica, uma das consequências é provocar a rigidez do músculo cardíaco e afetar o desempenho adequado do órgão.
6- Problemas pulmonares
A relação de asma aumenta em indivíduos com excesso de peso. Talvez porque a inflamação causada pelo excesso de gordura corporal leva o indivíduo a desenvolver problemas hormonais e acabe atrapalhando a função do pulmão.
7- Câncer
Segundo a OMS, o excesso de peso aumenta o risco no desenvolvimento de 13 tipos de câncer: esôfago estômago, mama, intestino, tireoide, pâncreas, e nos rins.
Principais causas da Obesidade
1- Má alimentação
Alimentação tem influência de 35% no desenvolvimento do câncer. O consumo de alimentos industrializados e ultraprocessados, ricos em açúcar e gordura trans, aditivos que aumentam a palatabilidade do produto, faz o consumidor comer cada vez mais e em maior quantidade pois esses alimentos liberam grandes quantidades de dopamina no organismo, provocando sensações de prazer e bem e estar.
2- Sedentarismo
O exercício físico traz inúmeros benefícios não só estéticos, mas também para a saúde. Ao realizar uma atividade física, ocorre a liberação de substâncias de prazer e bem estar.
Quando o indivíduo recebe essas sensações de outra maneiras, como é o caso da alimentação ultraprocessada, dificilmente terá vontade de fazer exercício físico, pois comer é muito mais fácil e não exige esforço.
Em contrapartida, a falta de exercício físico favorece a perda de massa magra, diminuindo a taxa metabólica basal (metabolismo).
3- Psicológica
Até 63% dos obesos têm compulsão alimentar, transtorno psicológico que leva à ingestão anormal de alimentos em curto período de tempo. Além disso, perturbações da imagem corporal, depressão, ansiedade e impulsividade estão relacionadas com o aumento de gordura (GASTRO OBESO CENTER, 2020).
4- Genética
A influência genética como causa de obesidade pode manifestar-se através de alterações no apetite ou no gasto energético. Algumas pessoas possuem predisposição à obesidade devido a polimorfismos genéticos relacionados ao acúmulo de gordura corporal.
A participação dos diversos genes no desenvolvimento da obesidade pode afetar o controle do apetite (NPY, leptina, POMC, CCK, MCH, serotonina, dopamina), o gasto energético e a regulação termogênica (ADR2 e 3, UCP1, UCP3, leptina), assim como a utilização metabólica de substratos combustíveis e sinalização (PPAR, APOB,APOD, PKA, etc.).
Entretanto, genética não é fator determinante, mas sim o fator ambiental na qual o indivíduo está inserido.
5- Alterações hormonais
A obesidade gera uma resistência ou até mesmo uma falha na ação da leptina (hormônio responsável pela saciedade). Além disso, o tecido adiposo (gordura) é capaz de secretar inúmeras adipocinas, substâncias que interferem na regulação do metabolismo, aumentam a inflamação no organismo e elevam o risco de doenças crônicas.
Mudança no estilo de vida como Prevenção e Tratamento
O tratamento da obesidade exige um trabalho multidisciplinar pois apenas medicamentos e dieta não funcionam ou não terão um resultado sustentável. Não é fácil se livrar da obesidade, mas é necessário uma mudança no estilo de vida.
Primeiro o paciente precisa ter desejo em emagrecer e estar preparado psicologicamente para manter constância nos novos hábitos.
Depois, Acompanhamento com diferentes profissionais como médico, psicólogo, nutricionista e profissional de educação física, para um resultado duradouro e também para não desistir do processo.
5 passos para você driblar a Obesidade
1- Consciência Alimentar
É muito importante prestar atenção ao realizar uma refeição. Não utilize celulares, televisão ou qualquer outro aparelho eletrônico quando estiver se alimentando. Mastigue devagar, repouse as talheres, aprecie o cheiro, sabor e textura dos alimentos e coma em um ambiente tranquilo.
2- Metas
Metas são importantes, mas cuide para não colocar metas de difícil adesão. Prefira metas como, diminuir pela metade o consumo de industrializados (ao invés de cortá-los 100%), começar uma atividade física leve e ir progredindo aos poucos (ao invés de ir 7 vezes na academia querendo pegar 100kg no agachamento livre e acabar se lesionando). As chances em conseguir realizar serão maiores e manter a longo prazo também.
3- Rotina
É importante ter horários estipulados e organização na hora das refeições como deixar as refeições prontas ou ter em casa tudo que precisa para realizar uma refeição saudável. Tenho certeza que assim será muito mais fácil manter uma alimentação saudável.
4- Faça escolhas inteligentes
Sempre prefira ALIMENTOS de VERDADE. Dê preferência vá 1x na semana na feira para comprar frutas e verduras frescas. Carnes e outros alimentos de mercado poderá se organizar e ir 1 vez ao mês ou a cada 15 dias. Dessa forma, evitará compras desnecessárias, principalmente ao passar pelo corredor de salgadinhos e guloseimas.
Não fique mais de 4 horas sem comer, pois a chance em fazer escolhas ruins aumenta quando está com muita fome.
Tenha sempre em mãos opções de lanches saudáveis que te darão saciedade. Frutas são ricas em fibras, nutrientes e fitoquímicos e devem fazer parte do seu dia a dia.
Para complementar, inclua na sua alimentação farelo de aveia, granola, chia e psyllium (também são ótimas fontes de fibras) que auxiliam na sensação de saciedade.
Oleaginosas (castanhas, amêndoas e até mesmo o amendoim), iogurte natural ou se preferir, refeições completas (verduras e legumes (50% do prato), raízes/tubérculos (25%), fonte de proteína vegetal e animal (25%) ) são excelentes opções.
Muito bom o artigo, parabéns.
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Obrigada Rodrigo. Fico feliz por contribuir de alguma forma.
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