A intoxicação alimentar acontece devido a ingestão de alimentos ou bebidas contaminados por bactérias e outros microrganismos ou pelas suas respectivas toxinas. Essa contaminação pode acontecer durante a manipulação e preparo do alimento ou durante o processo de armazenamento e conservação da comida ou da bebida.
No Brasil, segundo dados da Análise Epidemiológica dos Surtos de Doenças Transmitidas por Alimentos, no período de 2000 a 2011, 51,8% (3.746 casos) dos locais de ocorrência dos surtos de doenças causadas por patógenos transmitidos por alimentos (DTAs) tiveram origem domiciliar.
A escola é um ambiente favorável para o desenvolvimento, formação ou correção de hábitos alimentares saudáveis. No ambiente escolar, deve ser oferecida uma alimentação saudável, pois uma criança bem alimentada apresenta maior aproveitamento escolar, tem equilíbrio necessário para o crescimento e desenvolvimento, preservando as defesas imunológicas.
É importante ressaltar que uma cantina saudável não se restringe apenas ao fornecimento de alimentos saudáveis, mas também ao espaço físico e as condições higiênico sanitárias adequadas para não comprometer a saúde dos escolares.
Em todo o mundo o consumo de alimentos prontos tem aumentado. Desta forma, observam-se que surtos de intoxicação alimentar são causados por microrganismos patogênicos. Como exemplo, quando há condições favoráveis à sua multiplicação, algumas cepas do Staphylococcus aureus, produzem, em poucas horas, uma toxina termoestável que é responsável por graves complicações clínicas (RADDI et al, 1988).
Os sintomas aparecem no período de 1-6 horas após a ingestão do alimento contaminado por microrganismos ou com toxinas. São caracterizados por quadro clínico gastrointestinal, podendo ocorrer náusea, vômito, espasmo abdominal e diarreia, havendo na maioria das vezes recuperação rápida do paciente. Em casos severos, muco e sangue são observados no vômito e nas fezes. Em crianças, estas doenças podem originar complicações graves conduzindo até a morte (CAMPOS, 2009; AZEVEDO, 2007).
Nunca deixe o alimento pronto/preparado fora da geladeira (em mesas, balcões, fogões) por mais de 2 horas!!!!
Como a maioria dos casos é de origem bacteriana, veja quais microrganismos geralmente são os mais causadores de intoxicação alimentar.
Salmonella sp
Normalmente as intoxicações causadas pela Salmonella sp são de origem animal, como ovos, leite e carnes contaminados ao entrar em contato com fezes de animais.
Porém, os vegetais também podem carregar a Salmonella sp através de uma contaminação cruzada, transferindo a contaminação de um alimento para o outro.
Escherichia coli
A Escherichia coli ou E-Coli está presente no intestino de alguns animais, sendo uma grande causadora de intoxicação alimentar. A contaminação pela E-Coli se dá pela ingestão de alimentos contaminados por resíduos fecais que contêm a bactéria.
Staphilococus aureus
Normalmente encontrado na região nasal e pele dos seres humanos sem causar danos. O que ocorre é a contaminação pela toxinas que essa bactéria produz no momento de preparo ou manuseio dos alimentos.
Clostridium botulinum
Essa bactéria é responsável pelo botulismo, uma intoxicação alimentar grave que pode causar complicações como fraqueza prolongada, mal funcionamento do sistema nervoso e até levar a morte.
Os alimentos mais suscetíveis a essa contaminação são os que são sujeitos à tratamento térmicos para conservação. como os enlatados, de conservas e defumados.

O gráfico mostra o perigo de proliferação de bactérias quando o alimento fica exposto em temperatura ambiente por mais de 2 horas.
Preparou, guarde na geladeira ou congelador quanto antes, nada de deixar esfriar em temperatura ambiente, e não, não vai estragar a geladeira fazendo isso 😉
O que fazer em casos de intoxicação alimentar
O tratamento da intoxicação alimentar deve ser feito com a ingestão de muitos líquidos, alimentação leve e com pouca gordura para que o corpo se recupere.
1- BEBA MUITOS LÍQUIDOS
É muito importante ingerir muitos líquidos como água, água de coco, chás, e até mesmo soro para repor os líquidos perdidos por meio de vômitos e diarreia, evitando assim, a desidratação.
Além do mais, se manter hidratado faz com que a recuperação seja mais rápida.
2- REPOUSE
O corpo precisa poupar energia e repousar também evitará a desidratação.
3- COMA ALIMENTOS LEVES
Evite alimentos ultra processados e de difícil digestão como ovo, repolho, feijão, leite, vegetais verdes escuros e carne vermelha. Fritura também deve ser evitada, dê preferência por alimentos cozidos. Prefira alimentos como frutas, verduras e carnes magras como o frango pois seu organismo precisa repor os nutrientes perdidos, e, também evitar a desidratação.
Os sintomas normalmente somem em 2-3 dias, na maioria dos casos não há necessidade no uso de medicamentos. Mas caso os sintomas continuem ou piorem, procure um médico.
Intoxicação Alimentar tem cura?
Normalmente a intoxicação alimentar ocorre por má manipulação ou armazenamento incorreto dos alimentos. Algumas medidas preventivas são essenciais. São elas:
- Lave bem as mãos com sabão, os utensílios e as superfícies de alimentos.
- Guarde os alimentos em recipientes devidamente limpos e leve logo em seguida para a geladeira ou freezer depois de pronto ou servido (evite deixar o alimento por muito tempo em temperatura ambiente).
- Higienize bem os alimentos que serão consumidos crus com uma colher de sopa de água sanitária para cada litro de água.
- Evite carnes mal passadas e prefira consumir ovos bem cozidos. Lembre-se, alguns pratos como maionese normalmente são feitos com ovos crus.
- Só tome leite fervido ou pasteurizado.
- Não consuma alimentos em conserva com embalagem amassada ou estufada.
- Mesmo dentro do prazo de validade, não consuma alimentos que com aparência, aroma, cor ou sabor alterados.